Entrevista com Sergey Karjakin


Ficha:
País: Ucrania
Título FIDE : Grande Mestre
rating: 2599
Nascimento: 1990-01-12

A NOVA ESTRELA DO XADREZ MUNDIAL NÃO TEM ÍDOLO

Karjakin: "Se Kasparov jogasse mais, perderia sua privilegiada posição"

Por Jesus J. Boyero

No recente torneio internacional "Cidade de Pamplona", o jovem grande mestre Sergey Karjakin conseguiu a segunda colocação apesar de ser em tese o penúltimo aspirante ao triunfo.

JB: Um torneio quase perfeito....

SK: Poderia ter conquistado o título, mas no início não estava em boa forma, já que acabava de retornar do México. Devido à mudança no fuso horário, com sete horas de diferença, joguei as primeiras rodadas com sono.

Comecei com três empates e, ainda que venci empatei três partidas seguidas, numa delas estava em posição crítica. Depois disso, já não tinha mais chances de alcançar Gelfand (campeão do torneio).

JB: Quando acredita que participará de torneios da categoria de Linares, o de maior prestígio do mundo?

SK: Quando me convidarem! (risos).

JB: Quais seus objetivos mais imediatos?

SK: Alcançar os 2700 pontos de ELO, a 15ª colocação no ranking mundial e logo os 2750, a 5ª colocação.

JB: E quanto ao título de campeão mundial?

SK: Não sei, mas espero lutar um dia – não muito distante – por ele.

JB: Fischer e Kasparov são seus ídolos? Qual sua opinião sobre eles?

SK: Nenhum deles é minha referência. Se meu estilo de jogo se parece com algum deles, não sou a pessoa mais idônea para dizê-lo. Quanto a Kasparov, número um nas listas mundiais (FIDE e PCA), se jogasse com mais frequência, seu rating cairia e perderia sua privilegiada posição. Com relação a Fischer, o que mais me agrada sob o aspecto enxadrístico é que seu jogo até dez anos atrás era, apesar de sua inatividade, o de um enxadrista da super elite. Agora, com 61 anos, dificilmente manterá esse nível.

JB: Qual sua opinião sobre as máquinas de xadrez?
SK: Os programas não ensinam a jogar xadrez. Ao enfrentá-los, é necessário mudar o estilo de jogo, algo que não é fácil com pouco tempo. E os resultados não refletem a realidade.

JB: Ucrânia é terra de grandes jogadores. A geração de Bronstein, Geller e Stein deu passagem à de Ivanchuk, Ponomariov, Volokitin e você. Qual o segredo?

SK: O fato de não haver patrocinadores na Ucrânia, de que não dispomos de meios econômicos importantes para apoiar o xadrez, nos pressiona a ser mais competitivos se quisermos nos destacar.

JB: Como vê o futuro do xadrez num tempo de disputas entre a Federação Internacional, a Associaçào de Jogadores Profissionais (ACP), Kasparov e Kramnik?

SK: Espero que a nova geração mude as coisas e todas essas confusões desapareçam para o bem do xadrez.

Traduzido do site www.marca.com



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