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O ensino de xadrez como ferramenta pedagógica

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Não temos como falar sobre a origem do xadrez sem citar a contradição de datas que existem em diversas fontes de pesquisa. Isso acontece devido à falta de documentos históricos que possam comprovar, com exatidão, quando o jogo foi criado. De um lado lendas, do outro especulações.  Por isso, elegemos um ponto de partida.
No século VI, na Índia, havia um jogo chamado Chaturanga - considerado o ancestral mais antigo do xadrez.  Cada jogador tinha oito peças: um Ministro (hoje Dama), um Cavalo, um Elefante (hoje Bispo), um Navio (mais tarde uma Carruagem e hoje a Torre) e quatro Soldados (atualmente os Peões). O tabuleiro era monocromático e as peças dos quatro jogadores eram vermelha, verde, preta e amarela. A peça que devia se movimentar era definida em um lance de dados.  Aos poucos, os dados foram eliminados e o jogo se tornou apenas para dois participantes.

Professora Emília Miranda

Já no século VII, o jogo chegou à Pérsia, mas com o nome de Chatrang. As primeiras peças de xadrez descobertas foram dessa época. Mas como a Pérsia foi tomada pelos árabes, o Chatrang passou a se chamar Shatranj. E rapidamente se tornou popular, com a invasão da Espanha. Começavam a aparecer grandes jogadores, que inclusive praticavam de olhos vendados.

No século XI, o xadrez já era conhecido no Velho Mundo. As casas do tabuleiro passaram a ser de duas cores para que os jogadores pudessem vê-las melhor. Até o século XIV, outras mudanças foram feitas, mas a mais significativa aconteceu em 1485, na renascença italiana. Surgia o xadrez da “rainha enlouquecida”.

Até esta época, não existia a peça da rainha, e sim o Ferz - uma espécie de Ministro. Ele só podia se deslocar uma casa por vez, pelas diagonais. Depois, se transformou em Dama (Rainha) ganhando o poder de se movimentar em todas as direções.

Os Bispos também ganharam mais liberdade, movendo-se por todas as casas livres nas diagonais.  Os Peões que chegassem à última fila seriam promovidos a uma peça já capturada. Atualmente, eles podem ser promovidos a Dama, Torre, Bispo ou Cavalo.

Jogo de Shatranj

O primeiro Torneio Internacional foi criado em 1851, durante a Exposição Universal de Londres. O vencedor foi o alemão Adolf Anderssen. Este período é caracterizado pela criatividade. Para os jogadores, não bastava ganhar, mas ganhar com estilo. O jogo aberto, com ataque rápido e fulminante cheio de belas combinações, foi marca registrada.

Mas foi Wilhelm Steinitz, no final do século XIX, quem lançou as bases do xadrez moderno. Por isso, ele é considerado o Aristóteles do xadrez. Um dos méritos de Steinitz foi perceber que uma partida de xadrez gira em torno de um delicado equilíbrio de forças.

Para conseguir vantagem em um desses elementos (tempo, espaço e matéria), o jogador deve ceder algum outro tipo de vantagem de igual ou aproximado valor. Em outras palavras, nada se obtém de graça em uma partida equilibrada de xadrez. Steinitz foi campeão mundial por 28 anos, de 1866 a 1894.

A partir do século XX, com a descoberta das leis que governam o jogo posicional, o xadrez passou por um período um pouco engessado, onde os dogmas clássicos deveriam ser sempre observados.

Em 1924, foi fundada em Paris, a Fédération Internationale des Échces (FIDE). Com 162 federações nacionais filiadas, representando mais de 7 milhões de jogadores registrados, é uma das maiores organizações esportivas mundiais reconhecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). O reconhecimento pelo COI ocorreu em 2001.

Dos anos 50 aos 90, houve uma incorporação e refinamento dos princípios descobertos anteriormente. Os grandes jogadores deste período se destacam por suas táticas e estratégias. Até que surgem tentativas de construir uma máquina capaz de vencer os melhores humanos no xadrez. No século XVIII, Kempelem criou o autômato chamado Turco, que na verdade era uma fraude. No seu interior havia um jogador escondido!

Desde o surgimento dos primeiros computadores já havia programas para jogar xadrez. Por isso, Herbert Simon (ganhador do prêmio Nobel em 1978) afirmou na época que em 10 anos um computador seria capaz de bater o campeão mundial.

Esta previsão levou 38 anos para se realizar. No dia 10 de fevereiro de 1996, o campeão mundial Garry Kasparov foi derrotado pelo supercomputador Deep Blue. A partir desta data, praticamente todos os jogadores de alto nível utilizam os recursos de informática e Internet na preparação e análise de suas partidas. É o xadrez na era digital.
O Dia Internacional do Enxadrismo é comemorado no dia 19 de novembro, data de nascimento de José Raúl Capablanca, considerado um dos maiores enxadristas de todos os tempos e o único hispano-americano a se sagrar campeão mundial.

 


Fonte: conexaoprofessor

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