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O ensino de xadrez como ferramenta pedagógica


xadrez CRÉDITO: Valter Campanato / ABr

Ninguém duvida ou contesta os benefícios que a prática do xadrez pode trazer para o desenvolvimento intelectual de crianças e jovens. Agora, uma questão que é amplamente discutida é se o ensino de xadrez nas escolas deve ser obrigatório, como uma disciplina dentro da grade curricular, ou opcional, como uma atividade extra oferecida aos alunos que demonstrarem interesse.

Muitos estudiosos e professores de xadrez são contra a obrigatoriedade. Eles defendem que o ensino de xadrez deve ser incentivado nas escolas, mas não imposto aos alunos. “Tenho medo desta palavra obrigatório uma vez que, de um modo geral, fica associado, subliminarmente, que se é obrigatório não deve ser bom”, afirma o Professor Sylvio Resende, acrescentando que o Xadrez é de grande utilidade e deveria ser ensinado em todas as escolas a fim de beneficiar de forma segura e sólida o desenvolvimento do rendimento escolar (e educacional) de todos os seus praticantes.

Para Antonio Villar, o xadrez poderia ser trabalhado nas escolas como uma atividade opcional. “A escola oferece várias opções de atividade extracurricular e o aluno escolhe a que mais lhe agrada”, diz o Professor.
Na opinião de Hindenburg Melão Jr., as escolas deveriam oferecer aulas facultativas de todas as disciplinas, bem como orientação para que as crianças pudessem compor as grades curriculares mais compatíveis com suas aptidões naturais e com suas preferências pessoais.

“Acho que ninguém deveria estudar compulsoriamente Xadrez, nem Matemática, nem qualquer outra disciplina. Os alunos deveriam ser esclarecidos sobre a importância do conhecimento e dos benefícios que se pode ter para o resto da vida caso se dediquem ao estudo do xadrez, da Matemática e das outras disciplinas, sobretudo se estas forem abordadas de modo a ter aplicação no cotidiano. Ainda que o xadrez provavelmente faça bem às pessoas, não acho que se possa obrigá-las a nada que não queiram, ainda que seja supostamente bom para elas”, avalia Melão.


Outro fator citado por especialistas que não recomendam a obrigatoriedade é a possibilidade dessa exigência gerar problemas motivacionais no aluno. Por exemplo, forçar um aluno que não se interessa pelo xadrez a praticar a atividade pode prejudicar a sua auto-estima, porque dificilmente ele se tornará um bom jogador. É mais aconselhável oferecer a esse aluno outras atividades extras para que ele possa encontrar a que mais lhe agrade.
Já a Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo (USP), Rosa Maria Fernandes Scalvi, acredita que o ensino de xadrez poderia ser obrigatório nas escolas. “O jogo de xadrez comprovadamente é benéfico a todos os seus praticantes. Iniciada desde a idade pré-escolar, sua prática pode ser um diferencial entre os estudantes.”

Em junho de 2008, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou a Lei nº 5.264, oriunda do Projeto de Lei nº 73, de autoria do Deputado Estadual Marcelo Simão (PHS), que institui nas escolas públicas estaduais o Programa Estadual do Jogo de Xadrez (PAX).

O PAX consiste em um conjunto de ações que visam promover o ensino e estimular a prática do jogo de xadrez nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro, além de promover uma ampla divulgação dos benefícios e vantagens da prática do jogo no desenvolvimento do raciocínio por parte de seus praticantes.


Fonte: conexaoprofessor

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